Um brinde ao Manga com Leite!

Comer manga com leite causa indigestão e pode ser fatal. Será?

Essa crença surgiu na época da escravidão. Os senhores de engenho criaram o mito para impedir que seus escravos não comessem as mangas e nem tomassem o leite de sua propriedade. A invenção caiu no consenso popular e permanece até os dias de hoje. Desde crianças ouvimos crenças e histórias passadas de geração a geração e muitas vezes não nos questionamos sobre seu real sentido.
Com a profissão de Relações Públicas acontece a mesma coisa. A área fica presa a discussões “clássicas” e a conceitos importados de outros países que não a levam a rumo nenhum e muitas vezes não condizem com a realidade brasileira. O medo que muitos têm de não passar por cima dos “conselhos da vovó” faz com que a prática das Relações Públicas caia no senso comum, não busque novos caminhos, não considere teorias relevantes e nem o contexto sócio-histórico em que se encontra.

Por isso, o Manga com Leite. Aqui desconstruiremos as normas pré-estabelecidas da profissão e buscaremos novas e polêmicas concepções para debate que levem a uma mudança de consciência do profissional de Relações Públicas. Esperamos que a comunidade de RP se interesse pelo blog e participe conosco das discussões.

Obrigada e uma batida de manga com leite para todos!

domingo, 7 de outubro de 2007

Comunicólogo como um educador. Você já parou para pensar sobre?

Abro minha discussão esclarecendo que o que será abordado e discutido agora pode ser pensado, analisado e aplicado em diversos âmbitos de atuação do profissional de Relações Públicas. Vale a pena voltar a uma certa indigestão que eu mesmo levantei na primeira postagem desse blog, a questão de “anular o sujeito da sua própria história”.

A atuação de um Relações Públicas, como comunicador deveria levar em questão o fator educativo da comunicação, uma educação comprometida com transformações que envolveria a realidade e o contexto no qual está inserido. Educação é comunicação, não apenas como transferência de saberes, mas como diálogo, como troca de saberes, como problematização do próprio conhecimento. E esse conhecimento só se constrói na relação homem-mundo, em que o homem sendo apenas passivo desse processo não desenvolveria relações de reflexão, de crítica, ou melhor, de transformação.

Na minha perspectiva apropriada à educação, atribuiria aos profissionais da área que enxergassem como a humanização do homem, de propor ao ser humano questionar-se e se questionar em relação ao mundo. Porém, esse aspecto discutido só pode ser aplicado em um ambiente a partir do momento em que se conhece a visão de mundo dos sujeitos, para que, dessa forma, não haja confronto na sua totalidade.

Finalizo deixando uma reflexão para nós profissionais de Relações Públicas: Em algum momento vocês pararam para pensar em desenvolver um trabalho de comunicação pensando no ser humano como construtor e sujeito da sua própria história? E mais. Em algum momento vocês pararam para refletir sobre o aspecto de além de comunicador ser um educador? Alguma vez você pensou em trabalhar essa questão ao invés de se preocupar com a comunicação interna ou externa, ou mesmo com os meios de comunicação, de qual seria mais apropriado para esse outro tipo de público?

Antes dessa reflexão, acredito que deveríamos para tal analise dar um passo para trás, com o intuito de sairmos do contexto o qual estamos inseridos para que pudéssemos analisar, refletir, criticar e claro, transformar.

Obrigada

Tania Russomano

Um comentário:

Arlindo Rebechi Jr. disse...

Essa idéia de pensar "ser humano como construtor e sujeito da sua própria história" parece se filiar a um modo interpretativo-simbólico de refletir a comunicação no ambiente de trabalho. Espero que sua postagem tenha repercussão na turma. Ressalta-se ainda sua escrita: clara e precisa na abordagem de um assunto original.