Um brinde ao Manga com Leite!

Comer manga com leite causa indigestão e pode ser fatal. Será?

Essa crença surgiu na época da escravidão. Os senhores de engenho criaram o mito para impedir que seus escravos não comessem as mangas e nem tomassem o leite de sua propriedade. A invenção caiu no consenso popular e permanece até os dias de hoje. Desde crianças ouvimos crenças e histórias passadas de geração a geração e muitas vezes não nos questionamos sobre seu real sentido.
Com a profissão de Relações Públicas acontece a mesma coisa. A área fica presa a discussões “clássicas” e a conceitos importados de outros países que não a levam a rumo nenhum e muitas vezes não condizem com a realidade brasileira. O medo que muitos têm de não passar por cima dos “conselhos da vovó” faz com que a prática das Relações Públicas caia no senso comum, não busque novos caminhos, não considere teorias relevantes e nem o contexto sócio-histórico em que se encontra.

Por isso, o Manga com Leite. Aqui desconstruiremos as normas pré-estabelecidas da profissão e buscaremos novas e polêmicas concepções para debate que levem a uma mudança de consciência do profissional de Relações Públicas. Esperamos que a comunidade de RP se interesse pelo blog e participe conosco das discussões.

Obrigada e uma batida de manga com leite para todos!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Dá pra pular?



Foi para estar em uma faculdade que muitos olhos se fecharam pra sonhar e desejar, num gesto de fé, esperança e torcida fervorosa. Mas por que nossos olhos se fecharam tanto? O que estaria por vir nesses anos chamados de " os melhores da sua vida" ?

Superações, como passar no vestibular e superar tantos mil concorrentes. Sim! Essa é uma satisfação que alimenta o ego e faz bem!!! Não dá pra negar, a superação própria e de outras pessoas nos deixa muito satisfeitos. Mas o que nos aguardaria nos ´"anos incríveis" de nossas vidas??

Morar fora, sem a autoridade dos pais nos controlando?? SIM!!

Dividir uma casa, um apartamento com pessoas desconhecidas, da mesma idade e que querem, quase sempre, o mesmo que você? SIM!!

Explorar todas as possibididades que a universidade (e nossa, como esse nome traz consigo uma força incrível: UNIVERS(O)idade! Um mundo novo! Onde o desconhecido é o que mais nos instiga e nos leva a ele! ( E quando eu falo de todas as possibilidades e oportunidades, não me refiro apenas as atividades academicas... oportunidades como conhecer pessoas, culturas, festas. Criar vínculos e crescer! Amadurecer com tudo que esse novo universo nos traz!).

Mas, depois dessa experiencia toda vivida, quase quatro anos entre as festas, integrações e os trabalhos, os estágios e as responsbilidades que assumimos conosco e com os professores, será que estamos prontos para dar um passo a mais? E será que esse passo é somente um passo?

Enquanto dentro da universidade nossa maior falha resultaria em uma RE ou uma DP, agora, como profissionais nossa falha não prejudica apenas nós mesmos. Sim, nossas responsabilidades aumentam! Não somente com relação as nossas cobranças (que sempre nos levam àquela superação inicial) mas, também, outras pessoas dependerão de nós! Empresas, clientes, fornecedores... Meu Deus!

Insegurança. Será que realmente esse amadurecimento que acreditamos ter tido durante a universidade nos preparou para sermos profissionais? Será que, naturalmente, conseguiremos cortar o cordão umbilical que criamos com esse momento de vida e passaremos a ser bons profissionais no mercado tão competitivo?

Parece tão díficil pular esse abismo. Será que dá!?


Marcela Barbin

2 comentários:

JoãoMeira disse...

A Unesp termina.

Ao mesmo tempo: você volta a morar com os pais; afasta-se de quase toda a turma; afasta-se das pessoas com quem viveu junto durante 4 anos; afasta-se dos professores; da biblioteca; do bar da cida; das festinhas; etc, etc, etc...

A escola termina.
Não são apenas 4 anos. É uma vida inteira sendo ESTUDANTE que termina.

Junte a tudo isso a pressão do emprego, das contradições éticas (discutidas nos outros posts), do tempo, da competição, da sobrevivência.

Pareço pessimista? Sim. Afinal, nossa vida é muito maior que esse ´flash´ chamado faculdade. Mas...essas preocupações (que as vezes resultam em verdadeiras crises) devem ser trabalhadas ao longo do processo - para não se tornarem uma bomba!
A consciência dessa realidade deveria estar mais presente nos alunos. E na minha opinião, essa discussão deveria ser motivada pelos próprios alunos, empresa junior e a prórpia Universidade.
Por exemplo: maior contato com ex-alunos; programação especifica dentro da Semana de RP; memória do curso; proximidade com profissionais; este Blog etc.

Manga com Leite disse...

João!

É bem essa crise que perturba e avassala nossas vidas nessa reta final.. mas eu n gosto de ser pessimista!

Sim, as pessoas se distanciam... a republica fica na memoria... cada um vai pra uma cidade, morar sozinho ou voltar pra casa dos pais... continuidade do processo... um dia saimos, hj talvez voltaremos! Não sabemos ainda o que pode guardar pra nos o futuro..


Gosto da sua ideia de nos mostrar e nos colocar mais em contato com esse outro lado! Sim, primordial!!

Beijos Marcela