Um brinde ao Manga com Leite!

Comer manga com leite causa indigestão e pode ser fatal. Será?

Essa crença surgiu na época da escravidão. Os senhores de engenho criaram o mito para impedir que seus escravos não comessem as mangas e nem tomassem o leite de sua propriedade. A invenção caiu no consenso popular e permanece até os dias de hoje. Desde crianças ouvimos crenças e histórias passadas de geração a geração e muitas vezes não nos questionamos sobre seu real sentido.
Com a profissão de Relações Públicas acontece a mesma coisa. A área fica presa a discussões “clássicas” e a conceitos importados de outros países que não a levam a rumo nenhum e muitas vezes não condizem com a realidade brasileira. O medo que muitos têm de não passar por cima dos “conselhos da vovó” faz com que a prática das Relações Públicas caia no senso comum, não busque novos caminhos, não considere teorias relevantes e nem o contexto sócio-histórico em que se encontra.

Por isso, o Manga com Leite. Aqui desconstruiremos as normas pré-estabelecidas da profissão e buscaremos novas e polêmicas concepções para debate que levem a uma mudança de consciência do profissional de Relações Públicas. Esperamos que a comunidade de RP se interesse pelo blog e participe conosco das discussões.

Obrigada e uma batida de manga com leite para todos!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Organizações vista como cérebro? Uma metáfora instigante


Para o profissional que se interessa pela área empresarial das Relações Públicas, alguma vez você já parou para pensar as organizações vistas como cérebros? Essa é uma metáfora interessante para os profissionais que possuem uma visão viva das organizações. O autor que utiliza de maneira detalhada essa questão é o Gareth Morgan.

Quando analisamos a organização vista como cérebro podemos pensá-la como sendo um relacionamento entre partes especializadas ligadas por linhas de comunicação, comando e controle. Nesse contexto, as organizações são observadas como sistemas de processamento de informações capazes de aprender a aprender. Quando abordamos a questão, aprender a aprender, seria no sentido de uma aprendizagem em circuito duplo, o qual analisa por meio de um “olhar-se duplamente” a situação, questionando a relevância das normas de funcionamento. Muitas organizações apropriam-se da aprendizagem de circuito único, que apenas detecta o erro e o corrige em relação à situação em questão, não possuindo um olhar diferenciado, estratégico e questionador.

E onde há espaço para atuação de nós profissionais de Relações Públicas? Esse olhar duplamente envolve o que chamamos de cultura organizacional e essa é uma das interações existem em uma organização: cultura e comunicação. Nesse cenário de relacionamentos entre partes interagidas por linhas de comunicação é que se encontra o RP. Um dos seus papeis estaria na tentativa de criar um processo de gestão de relacionamento que estimule a empresa a evoluir do ponto de vista cultural, em que a construção de valores estaria presente no processo.

Na atualidade, pensar e analisar as organizações tornou-se uma complexidade já que podemos dizer que a própria organização é considerada como complexa, exclusivamente, por envolver âmbitos distintos como: os indivíduos, as relações de trabalho entre outros. Fica aqui uma sugestão para nós profissionais da área refletirmos.


Tania Russomano

Referências teóricas:

MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 2007.

MARCHIORI, Marlene. Cultura e Comunicação Organizacional: um olhar estratégico sobre a organização. São Caetano do Sul: Difusão, 2006.

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