Um brinde ao Manga com Leite!

Comer manga com leite causa indigestão e pode ser fatal. Será?

Essa crença surgiu na época da escravidão. Os senhores de engenho criaram o mito para impedir que seus escravos não comessem as mangas e nem tomassem o leite de sua propriedade. A invenção caiu no consenso popular e permanece até os dias de hoje. Desde crianças ouvimos crenças e histórias passadas de geração a geração e muitas vezes não nos questionamos sobre seu real sentido.
Com a profissão de Relações Públicas acontece a mesma coisa. A área fica presa a discussões “clássicas” e a conceitos importados de outros países que não a levam a rumo nenhum e muitas vezes não condizem com a realidade brasileira. O medo que muitos têm de não passar por cima dos “conselhos da vovó” faz com que a prática das Relações Públicas caia no senso comum, não busque novos caminhos, não considere teorias relevantes e nem o contexto sócio-histórico em que se encontra.

Por isso, o Manga com Leite. Aqui desconstruiremos as normas pré-estabelecidas da profissão e buscaremos novas e polêmicas concepções para debate que levem a uma mudança de consciência do profissional de Relações Públicas. Esperamos que a comunidade de RP se interesse pelo blog e participe conosco das discussões.

Obrigada e uma batida de manga com leite para todos!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O que é Relações Públicas Comunitárias?

O que é Relações Públicas já é uma pergunta que poucas pessoas se atreveriam a responder com alguma certeza. O que é Relações Públicas Comunitárias torna-se, então, uma definição ainda mais complexa.
Além do significado do termo, creio que uma questão a ser levantada é o respaldo teórico. Quais são as teorias que falam do assunto e quais metodologias são utilizadas? As mesmas que em comunicação empresarial? Qual é, em última instância, o objetivo das Relações Públicas Comunitárias?
Parece-me que, muitas vezes, as “Relações Públicas Comunitárias”, desenvolvidas em ONGs, no poder público, em empresas, ou até mesmo dentro de movimentos sociais, são utilizadas apenas em campanhas assistencialistas, em eventos para arrecadação de verbas, na comunicação de forma hierárquica, etc, que não visam a uma profunda transformação da sociedade. Elas são desenvolvidas externamente às classes oprimidas, ou seja, são realizadas para e não com essas. Ignorando, assim, a busca pela sustentabilidade, pela emancipação dos sujeitos e pela construção de uma sociedade igualitária.

“Longe de propor uma revolução ou ‘luta armada’, as relações públicas comunitárias neste sentido buscam o estabelecimento de canais mais verdadeiros de integração, onde o público seja realmente cidadão da comunicação. É fundamental para o relações públicas que ele se posicione como sujeito da história a serviço do coletivo e não como agente de criação de projetos para atender a fins individuais”.
Regina Célia Escudero César

Esta postagem é uma proposta de discussão que já foi iniciada em diversos meios, mas que ainda é escassa em outros.

Coloco aqui algumas indicações de sites e livros que falam sobre o assunto, para serem analisados, criticados e utilizados.

Sites:

http://www.comunicacaoempresarial.com.br/comunicacaoempresarial/artigos/comunicacao_corporativa/artigo9.php (de onde foi retirada a citação da autora Regina Célia Escudero César)

http://www.poli.usp.br/p/augusto.neiva/nesol/Publicações/IV%20Encontro/arquivos%20III%20Encontro/Rel-1.htm

http://www.poli.usp.br/p/augusto.neiva/nesol/Publicações/IV%20Encontro/arquivos%20III%20Encontro/Edu-5.htm

http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/relacoescomospublicos/0015.htm

Livro:

Relações públicas comunitárias: A comunicação numa perspectiva dialógica e transformadora - Margarida e Waldemar Luiz Kunsch

Postado por: Valquíria P. Faustino

3 comentários:

COMfabulando RP disse...

Acredito mesmo que uma discussão como essa é e sempre será válida, já que estamos no auge do assunto sobre Responsabilidade Social. É importante para nós, futuros "comunicólogos", manter essa visão do com eles e não para eles, principalmente quando estivermos lá, no mercado de trabalho. Não podemos esquecer que assistencialismo é persistir na realidade, e não mudá-la. E, principalmente, não perder essa visão caso um de nós tenha que se "adequar" aos padrões de uma organização conservadora. Afinal, saber comunicar é mais simples do que imaginamos! E várias empresas apostam em profissionais que pensam assim.

Ariane Pimentel Suaiden

Arlindo Rebechi Jr. disse...

Acho que o tema, tal como colocado pela Valquíria, merece um destaque de alguns conceitos e discussões. Vejo que o campo pode ser pensado por dois pontos: (I)do ponto de vista de suas práticas; (II) como objeto de análise das regularidades ali impostas pela sua especificidade. Ou seja, posso pensar em estratégias de atuação e formar uma teoria social sobre o que é esta atuação. Acho que este seja o caminho das pedras inicial.
Espero que todos contribuam.

Anônimo disse...

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